domingo, abril 04, 2010

de um domingo aí

Ginástica dos dedos. Tec tec tec. Ginástica do cérebro: escrever quando não se tem nada de importante pra dizer. Ainda assim, escrever. Como fumo, por vício. Como um jeito de preencher os buracos. Como um maravilhoso passatempo num domingo esbranquiçado como este. Empoleirada na cadeira giratória. São só dois dedos que digitam todas as palavras: nunca aprendi datilografia. Nunca aprendi a criar coisas profundas com as palavras. Nunca calculei o que estou escrevendo. Nunca fiz aqueles planejamentos para se escrever uma boa redação na Fuvest. Ainda assim, quando me empoleiro, quando os dedos começam tec tec tec, não há o que os faça parar. Uma palavra, outra, e outra e mais uma. E um texto. E eu me descrevendo. E eu me narrando. E eu me escondendo mostrando escondendo mostrando. E eu me deliciando. Fluindo, fluindo. Às vezes sai um bom. Noutras, um inútil.

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