escrevo pro que der
(se vier)
uma escritora sem leitor
fazedora de palavras que saem caem
e navegam sem destino, mundao virtual adentro
sem ancorar nem fisgar ninguém
estrada afora
estrada foda
afoita
...
aqui tem raposas andando pelas ruas a noite
me assusto porque sao animais selvagens, soltos pela cidade
mas elas se assustam mais comigo do que eu com elas
porque sao selvagens
aqui venta faz frio e é a cidade mais linda que conheci até agora
aqui tem energia forte inexplicável
aqui eu ficaria mais
mas tenho que ir
estrada afora
afoita
agora
quinta-feira, setembro 30, 2010
segunda-feira, setembro 27, 2010
Parece que meu corpo e espírito ainda estao lá. E acho que uma parte de mim vai ficar por lá mesmo, assim como eu sei que tem uma parte de mim que já ficou em Berlim. E assim vou indo, me despedacando e deixando migalhinhas pedacos de mim em cada cantinho que elejo como meu. O resto carrego no meu cavalo, e vou colhendo flores e pedras no caminho.
domingo, setembro 26, 2010
carta a mim em noite de ventos desconhecidos
4 da manha
flor do apogeu
a lua já se escondeu
enchendo o céu de puro breu
...
Poesia va
pobre verso meu
que brota quando feneceu
...
olhou pro céu sentiu frio. ouviu que ele quase tinha se apaixonado por ela. e ela que quase se apaixonou pelo outro? e o outro se apaixonou por uma que nao ela, uma outra.
danco eu, danca voce.
...
vestiu branco e dancou oxum pra ela mesma.
...
bestiais simpáticos enérgicos sedentos
beijos,
sofia
flor do apogeu
a lua já se escondeu
enchendo o céu de puro breu
...
Poesia va
pobre verso meu
que brota quando feneceu
...
olhou pro céu sentiu frio. ouviu que ele quase tinha se apaixonado por ela. e ela que quase se apaixonou pelo outro? e o outro se apaixonou por uma que nao ela, uma outra.
danco eu, danca voce.
...
vestiu branco e dancou oxum pra ela mesma.
...
bestiais simpáticos enérgicos sedentos
beijos,
sofia
quinta-feira, setembro 23, 2010
Catártica minha festa dinamarquesa brasileira italiana espanhola argentina eslovaca inglesa.
Catártica a lua cheia de ponta cabeca.
Eu de ponta cabeca. Do outro lado do mundo, outro lado de mim e de todos.
Bebi como crianca.
Ri como uma menina maluca.
Precisei.
E foi bom assim.
E sofri depois e chorei e depois dormi e acordei depois hoje, mais velha, 24, e agora ressaca sem direito de ter ressaca porque tem que trabalhar lavora lavora lavora.
E aqui sinto e suo mais que o normal.
E aqui apaixono e desapaixono. E fico obcecada como quando tinha 15. Mas agora sao 24e a coisa tem que andar.
Deixe-me ir.
La jornada continua........................
Catártica a lua cheia de ponta cabeca.
Eu de ponta cabeca. Do outro lado do mundo, outro lado de mim e de todos.
Bebi como crianca.
Ri como uma menina maluca.
Precisei.
E foi bom assim.
E sofri depois e chorei e depois dormi e acordei depois hoje, mais velha, 24, e agora ressaca sem direito de ter ressaca porque tem que trabalhar lavora lavora lavora.
E aqui sinto e suo mais que o normal.
E aqui apaixono e desapaixono. E fico obcecada como quando tinha 15. Mas agora sao 24e a coisa tem que andar.
Deixe-me ir.
La jornada continua........................
terça-feira, setembro 21, 2010
Prezado
voce.
Aí do lado de lá
da tela
do oceano
do tempo
da estacao do ano
aqui dentro tá frio congelando
que eu sabia e temia muito, o desencontro de desejos
que no fundo era o que eu mais temia
e eis que o espetáculo se desenrola agora diante dos meus olhos do jeitinho que eu já tinha imaginado. e temido. tanto.
e eu aqui
do outro lado da tela
do oceano
do tempo
da estacao do ano
do outro lado - que nao é do seu lado - estou eu
inerte
e
em silencio
um dia antes
dos meus 24 anos
silenciei
aqui
jaz
eu
.
voce.
Aí do lado de lá
da tela
do oceano
do tempo
da estacao do ano
aqui dentro tá frio congelando
que eu sabia e temia muito, o desencontro de desejos
que no fundo era o que eu mais temia
e eis que o espetáculo se desenrola agora diante dos meus olhos do jeitinho que eu já tinha imaginado. e temido. tanto.
e eu aqui
do outro lado da tela
do oceano
do tempo
da estacao do ano
do outro lado - que nao é do seu lado - estou eu
inerte
e
em silencio
um dia antes
dos meus 24 anos
silenciei
aqui
jaz
eu
.
domingo, setembro 19, 2010
Músculo carne osso tripa pés bolha calo salto bracos olhos coluna espaco reservado para a alma espaco reservado para a fala, porta. oxum ogun xango oxossi iemanjá. cavalo arco e flecha espada saia rio mar mata machado. por una parte pienso. por otra parte pienso. por una parte sinto ele cuerpo abrir e fechar. ai tá ficando bom. ai tá péssimo. ai nao consigo. ai, como é fácil. gosto gosto gosto. suo suo suo. ardo. incho. doo. piso pé no chao, bato pé no chao: acorda alma, pra vida. acorda vamos galopar. vamos cantar. cria cria gira gira bota em movimento, bota pra rodar acontecer. bota fora. tá difícil escrever ai tá tao difícil. quando está tudo bem é mais difícil do que nunca. precisa estar doendo faltando arranhando? sempre? e nem sempre doi falta arranha. as vezes é bom e só. e daí nao vem as palavras. parece que elas nao chegam até holstebro. aqui o vento as leva embora, junto com os pensamentos truncados que vinham me acompanhando. agora se foram os pensamentos truncados, mas também as palavras, todas elas. fico eu e minhas experiencias secretas, pensamentos, minhas línguas mal aprendidas, meus novos amigos e meus mestres de aqui.
e me vou dormir na suíte royal. e me vou pra acordar daqui a pouco e voltar a galopar suar pés pernas músculo carne osso tripa bolha calo salto coluna alma...
e me vou dormir na suíte royal. e me vou pra acordar daqui a pouco e voltar a galopar suar pés pernas músculo carne osso tripa bolha calo salto coluna alma...
sexta-feira, setembro 10, 2010
Holstebro, Dinamarca
Odin Teatret
Aqui nesta cidade pequeniníssima no norte da Dinamarca, estamos eu e mais 21 pessoas imersos numa vida de comunidade no Odin Teatret, do iluminado Eugenio Barba. Este lugar foi dado pelo governo para o grupo, que veio da Noruega para cá em 1966, e fizeram desta antiga fazenda um teatro! Lugar lindo, energia maravilhosa, pessoas ótimas! Rodeada de brasileiros!! Sao uns 8 no total, contando o professor, Augusto Omulu, baiano de Salvador, dancarino maravilhoso e ator aqui do Odin. Hoje aprendemos a danca de Ogum, Orixá guerreiro, das estradas, do ferro. Os bracos se transformam em espadas afiadas, movimentos de forca vindos da terra, do fogo, prestes a talhar, a matar. Qual é a energia de alguém prestes a matar?
Os movimentos nao podem ser apenas movimentos. Principalmente os movimentos de um Orixá. Nao basta ser uma danca bonita.
Tudo deve estar preenchido desta intencao, deste instinto, da essencia de cada um dos orixás. Sugar a energia da terra e transformá-la em movimento grandioso, forte, sagrado.E que através do movimento, de um simples levantar de um braco esticado para o céu, algo muito maior possa ser lido. Porque se o movimento do ator está transbordando esta intencao, aí a terra treme. Aí se segura na cadeira e espera a banda passar! Quando o Augusto danca, o chao treme e a terra agradece seus pés. É impressionante.
Muito maravilhoso tudo.
Estou silenciosa e vivendo com calma. Me sinto numa espécie de retiro. Me sinto privilegiada. O teatro é lindo, grande, caótico. Foi crescendo ao longo dos anos, sem planejamento algum, se transformando num grande labirinto. E por toda parte as máscaras nas paredes, os cartazes de todos os espetáculos que eles já fizeram, os livros, a história de 45 anos de um grupo de pessoas que dedicaram a vida toda pra isso aqui. É lindo demais. É tudo história, tudo memória.
No primeiro dia aqui, a Else Marie, atriz mais antiga do Grupo (uma sessentona) apresentou um solo em que narrava a sua trajetória no Odin, a sua história e a história de todas as personagens, entidades, máscaras, bonecos, seres, que criou aqui. Tao maravilhoso!
Vou dormir e sonhar com Ogun e com os deuses que moram aqui no Odin e que nos acompanham nesta empreitada.
Odin Teatret
Aqui nesta cidade pequeniníssima no norte da Dinamarca, estamos eu e mais 21 pessoas imersos numa vida de comunidade no Odin Teatret, do iluminado Eugenio Barba. Este lugar foi dado pelo governo para o grupo, que veio da Noruega para cá em 1966, e fizeram desta antiga fazenda um teatro! Lugar lindo, energia maravilhosa, pessoas ótimas! Rodeada de brasileiros!! Sao uns 8 no total, contando o professor, Augusto Omulu, baiano de Salvador, dancarino maravilhoso e ator aqui do Odin. Hoje aprendemos a danca de Ogum, Orixá guerreiro, das estradas, do ferro. Os bracos se transformam em espadas afiadas, movimentos de forca vindos da terra, do fogo, prestes a talhar, a matar. Qual é a energia de alguém prestes a matar?
Os movimentos nao podem ser apenas movimentos. Principalmente os movimentos de um Orixá. Nao basta ser uma danca bonita.
Tudo deve estar preenchido desta intencao, deste instinto, da essencia de cada um dos orixás. Sugar a energia da terra e transformá-la em movimento grandioso, forte, sagrado.E que através do movimento, de um simples levantar de um braco esticado para o céu, algo muito maior possa ser lido. Porque se o movimento do ator está transbordando esta intencao, aí a terra treme. Aí se segura na cadeira e espera a banda passar! Quando o Augusto danca, o chao treme e a terra agradece seus pés. É impressionante.
Muito maravilhoso tudo.
Estou silenciosa e vivendo com calma. Me sinto numa espécie de retiro. Me sinto privilegiada. O teatro é lindo, grande, caótico. Foi crescendo ao longo dos anos, sem planejamento algum, se transformando num grande labirinto. E por toda parte as máscaras nas paredes, os cartazes de todos os espetáculos que eles já fizeram, os livros, a história de 45 anos de um grupo de pessoas que dedicaram a vida toda pra isso aqui. É lindo demais. É tudo história, tudo memória.
No primeiro dia aqui, a Else Marie, atriz mais antiga do Grupo (uma sessentona) apresentou um solo em que narrava a sua trajetória no Odin, a sua história e a história de todas as personagens, entidades, máscaras, bonecos, seres, que criou aqui. Tao maravilhoso!
Vou dormir e sonhar com Ogun e com os deuses que moram aqui no Odin e que nos acompanham nesta empreitada.
segunda-feira, setembro 06, 2010
Seguindo
Amsterdam
De brinquedo
de pontezinha ruazinha vielinha bequinho
Canais
e ceu azul
Cheia de gente de dia de noite
Nenhum bar tao legal quanto os de Berlin
Tudo bem turistico
Tudo bem rigido, disfarcado de legalizado
Pessoas grossas e tristes
Putas tristes nas vitrines vermelhas
Putas entediadas
Putas gordas e negras
Tudo caro
Everything is about money here
Tudo feito para os turistas, da uma sensacao de que essa cidade nao tem alma
Sinto isso das cidades muito turisticas
Cade as pessoas que vivem aqui? O que elas fazem? Por onde elas andam?
Elas nao comem nestes restaurantes
Elas nao alugam estas bikes
Elas nao entram nestes museus
Elas nao passam a tarde nestes parques lindos
Elas nao tomam cerveja de 4 euros um copo
Entao
O que elas fazem por aqui?
Parece que tem essa Amsterdam de mentira, feita toda pros tursitas que querem fumar maconha sem parar
E uma outra
Escondida em algum lugar que nao imagino onde porque nem cabe aqui e tudo tao pequenininho apertadinho
Parece ate de mentira
Mas a historia 'e legal
Historia de mar, de grandes navegadores que construiram tudo o que tem porque eram os melhores no mar
nas batalhas do mar afundaram os ingleses
chegaram na africa na india no brasil e ficaram muito ricos
e os marinheiros vinham para amsterdam atras de bebida sexo drogas
a'i construiram uma igreja pros marinheiros se confessarem
pra eles fazerem tudo isso mas sem tanta culpa
entao
ao lado da zona das prostitutas nas vitrines tem uma igreja imensa
que cresceu junto com os pecados e dinheiro dos marinheiros
nao 'e legal?
eu sempre achei que este povo do mar, estes marinheiros piratas e tudo o mais, sao os mais malucos da historia.
De brinquedo
de pontezinha ruazinha vielinha bequinho
Canais
e ceu azul
Cheia de gente de dia de noite
Nenhum bar tao legal quanto os de Berlin
Tudo bem turistico
Tudo bem rigido, disfarcado de legalizado
Pessoas grossas e tristes
Putas tristes nas vitrines vermelhas
Putas entediadas
Putas gordas e negras
Tudo caro
Everything is about money here
Tudo feito para os turistas, da uma sensacao de que essa cidade nao tem alma
Sinto isso das cidades muito turisticas
Cade as pessoas que vivem aqui? O que elas fazem? Por onde elas andam?
Elas nao comem nestes restaurantes
Elas nao alugam estas bikes
Elas nao entram nestes museus
Elas nao passam a tarde nestes parques lindos
Elas nao tomam cerveja de 4 euros um copo
Entao
O que elas fazem por aqui?
Parece que tem essa Amsterdam de mentira, feita toda pros tursitas que querem fumar maconha sem parar
E uma outra
Escondida em algum lugar que nao imagino onde porque nem cabe aqui e tudo tao pequenininho apertadinho
Parece ate de mentira
Mas a historia 'e legal
Historia de mar, de grandes navegadores que construiram tudo o que tem porque eram os melhores no mar
nas batalhas do mar afundaram os ingleses
chegaram na africa na india no brasil e ficaram muito ricos
e os marinheiros vinham para amsterdam atras de bebida sexo drogas
a'i construiram uma igreja pros marinheiros se confessarem
pra eles fazerem tudo isso mas sem tanta culpa
entao
ao lado da zona das prostitutas nas vitrines tem uma igreja imensa
que cresceu junto com os pecados e dinheiro dos marinheiros
nao 'e legal?
eu sempre achei que este povo do mar, estes marinheiros piratas e tudo o mais, sao os mais malucos da historia.
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