quinta-feira, setembro 19, 2013

É tudo uma questão de auto propaganda.
Propagar-se internet afora. Quanto mais views, likes e afins, mais amados nos sentimos. Mais e mais nos propagamos mundo virtual adentro, mais e mais somos de mentira. 
Somos o que queremos ser na internet.
Somos só a parte boa. Bonita. Descolada. 
Sorrimos eternamente. Somos belos e trabalhamos em coisas incríveis. E tá tudo sempre dando muito certo pra todos nós. Poxa. Que alegria. Penso: então está tudo certo? É simples assim viver, né? Simples assim estar no mundo, saber que vamos morrer a qualquer momento e que nossos vestígios internéticos se perderão por falta de atualização. 
Super tranquilo ser um ser humano neste tempo, nesta cidade, nestes corpos. Todos super satisfeitos consigo mesmos. Todos amando suas vidas e querendo que os outros amem também. Só na televisão é melhor que isso, não? 

terça-feira, setembro 17, 2013



qual é que é a desse minotauro?

pra mim, bate assim:
sobre monstros que no fundo do fundo do fundo do labirinto
somos nós mesmos.




silêncio.

o monstro faz barulho ou faz silêncio?
o monstro come o quê? quem?
o monstro dorme ou tá acordado? sempre?

quem a gente imagina que é o monstro? quem a gente gostaria que fosse? contra o quê lutamos?

que todos os heróis tem suas falhas trágicas e são degolados pelos deuses.

que deuses são esses? julgamentos? punições? guardem seus monstros pra si!, gritam os deuses!
o destino é um rio que corre corre sem parar... o destino é o tempo?

cada monstro se encontra com dédalo pra pedir ajuda:
me dá uma solução! arruma a minha vida! me dá uma invenção milagrosa que resolva todos os meus problemas!!!

então é:
sobre monstros  e muros  e paliativos tecnológicos




segunda-feira, agosto 05, 2013

no que é que fomos nos meter?
que estrada é essa que leva, leva, leva sem parar?
vou abrindo porta, conhecendo cidade, campo, terra fora de mim, dentro da cabeça é silêncio.
caminhos bitrifurcando. Expandindo implodindo deixando o que já conhece e indo pro que desconhece. Conhecer a mim já não é o foco, agora é pra fora, caminhar caminhos de cascalho, toco, pedra, pluma. Respirar. Sempre. Com você ao meu lado, passo ante passo, noite após noite, cama, carro, rua, ensaio, espaço, ensaio, conversa, cafécafécafé. Você é meu mestre e meu marido, e meu amigoinimigo de todo dia, meu espelho, meu parágrafo, meu diretor, minha base sólida, você e eu caminhando de mãos dadas vida afora, burilando nossa expressão íntima e necessária. Essa vida nos escolheu, meu amor e o teu.

terça-feira, julho 02, 2013

s o b r e tudo

Se é pra escrever que seja agora, que seja frio, à seco, como dizem. Sem música, sem cigarro, sem vinho. Que seja pá pum. Aqui e já. Agora. Escrever escrever escrever sobre o frio que está desmedido, sobre os dias estranhos, mas assim, só anpassan. Uma passadinha pela Paulista, um filme doido, Tabu, um puta filme, português.  Sobre o novo projeto de mi vida. Sobre todos os projetos de mi vida. Sobre mi vida. Foda-se mi vida, isso si. Que este blog é público medos privados em lugares públicos? Será que a gente sabe escrever se não for sobre nós mesmos? Vou dar um pulo ali na FLIP e já volto com a resposta. Mas é verdade que este ano senti vontade de ir pra FLIP. Ouvi dizer que o Brasil precisa de roteiristas novos. E de repente sonhei em ser uma roteirista. Puf. E parece que na FLIP vão ter uns papos com roteiristas, inclusive aquele cara foda, Luís Fernando Carvalho, estará lá. E eu quis. Ir. Mas não, porque nunca posso, porque ensaio, ensaio, ensaio e não chego nunca a lugar... A vida é como um ensaio, eu tenho percebido. A gente ensaia ensaia mas parece que nunca encara assim, pra valer, estamos eternamente ensaiando a vida, o viver, meus escritos são ensaios que vão do nada ao lugar nenhum. E sinto que escrever assim, em fluxo livre leve e solto, é para os amadores. Bueno, é isso que sou mesmo. Uma amadora da escrita, amante das palavras, vedete das letras e das frases.

Mas é tudo culpa do Lenz, aquele poeta esquizofrênico, que de repente se apossou de mi vida. Sim, aquele doido, maluco que me pegou e me levou para o NADA. O vazio, o nada, o vácuo da existência. Me tira daqui, Oberlin! Quando escurece Lenz sente tanto medo que precisa se jogar no poço, na água, a água sempre o traz de volta para o "mundoreal". Agora me pergunto qual será o meu poço? Talvez este cigarro que acabei de acender e desaprendi a digitar, não o cigarro não, porque ele me leva pra mais longe, isso sim. P r e c i s o e n c o n t r a r m e u p o ç o p a r a m e e n c o n t r a r co m L e nz?

terça-feira, abril 30, 2013

Doeu chorei 
doeu paralisei
doeu paca tatu cotia não
doeu elefante
monstro
doeu agudo
doeu desatou choro nó e faladeira insana
as pessoas são capazes de cometer loucuras quando dói
falei o que vinha o que eu fingi que doía mas era dor de verdade coluna entrevada alma presa estancada precisa sempre travar pra olhar?
porque tava numas de não conseguir chorar, numas de aguentar que não é a minha cara. numas de passar por cima, atropelar, carro, marcha, lenta, taurina engessada e trampando sem parar pra ver. 
ver o quê? 



sábado, abril 20, 2013


Sonhar você
uns beijos proibidos debaixo d'água
o único lugar onde ninguém podia nos ver
fomos espertos
(nos sonhos, somos espertos sempre).

Fugas boas. Dava certo. Ninguém desconfiou.

Confissões e água. Era bom.

Sempre no sonho, sempre você nos sonhos, sempre eu e você nos meus sonhos será que somos nos seus também? Odeio você nos meus sonhos. Amo você nos meus sonhos. Quero você fora dos meus sonhos já. Quero você dentro dos meus sonhos. Já. Quero você dentro e fora dentro e fora dentro e fora já.

Acordei e te vi numa foto. Horroroso, cara de besta. É você mesmo? Aquele que eu sonho que me atormenta nos meus sonhos? Credo. Como eu tenho mau gosto. Acho que inventei uma pessoa que não existe.