quarta-feira, junho 30, 2010

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Queria escrever assim, um trabalho livre, e mandar as normas da ABNT (?) pra puta que o pariu, e mandar a burocracia pra puta que o pariu, e mandar as normas acadêmicas pra puta que o pariu. Se escrevo sobre teatro deveria ter o direito absoluto de escrever do MEU jeito, me utilizando da MINHA expressão verdadeira, artística, com as MINHAS palavras, e não essas palavras que fico pegando emprestadas de sei lá quem e não sei quem lá. Quero relatar a MINHA esperiência e nesta merda eu só posso falar na terceira pessoa. Quero colocar as MINHAS questões e nesta merda eu só posso colocar as questões de não sei quem lá e não sei lá quem, porque não sei quem lá e não sei lá quem já publicaram artigos científicos e teses de mestrado doutorado pós doutorado Deus. É isso, eles se aproximam de Deus porque eles conseguiram galgar posições altíssimas através de um conhecimento chato e inacessível e agora eles estão lá sentados nas altíssimas pilhas de livros, teses e artigos, e agora eles estão bem pertinho de Deus. Que coisa antiga, Meu Deus. Que coisa sem sentido, Deus Meu. Eu quero ficar aqui ó, bem pertinho dos humanos, quero fazer teatro aqui embaixo, ó, aqui no meio do caos, da multidão, quero gritar e ser ouvida, quero escrever e ser lida por quem me interessa. Fodam-se os professores, eles não estão preocupados com a arte. Por quê raios existe faculdade de teatro neste mundo? E por quê eu estou em uma????

terça-feira, junho 29, 2010

Pirata

"Em nossas línguas há uma bela palavra que tem esse per grego de travessia: a palavra peiratês, pirata. O sujeito da experiência tem algo desse ser fascinante que se expõe atravessando um espaço indeterminado e perigoso, pondo-se nele à prova e buscando nele sua oportunidade, sua ocasião. A palavra experiência tem o ex de exterior, de estrangeiro, de exílio, de estranho e também o ex de existência. (...) Tanto nas línguas germânicas como nas latinas, a palavra experiência contém inseparavelmente a dimensão de travessia e perigo (...)."

Por Jorge Larrosa Bondía in NOTAS SOBRE A EXPERIÊNCIA E O SABER DA EXPERIÊNCIA

segunda-feira, junho 28, 2010

sonhei com uma guerra. eu nela, guerreando também. e eu era pega como prisioneira dos inimigos. e tinha navio. e eu fujia tanto, tanto. me livrava, eles me pegavam de novo. aí eu me escondia, armava fugas e sempre, sempre, era recapturada. era terrível. numa hora eu comecei a falar. falei tanto, fiz um discruso tão magnífico sobre a guerra, chamei todos eles de seus bostas e me senti muito bem no final.

sexta-feira, junho 25, 2010

E ONDE BUSCAS O ANJO SOU MULHER
Você é um porco espinho. Fui brincar, me espetei. Aí doeu.

Fiquei longe. Quilômetros de distância me separaram do bichinho.

Um dia, bem depois, eu o vi de novo, sem querer, sem nem esperar que um dia eu pudesse vê-lo de novo. Era lua cheia (perigosa);

Primeiro, meio arredia, não quis me aproximar muito. Peguei um certo trauma desse bicho, porque ele engana bem.
Aí pronto.
Ah, ele é legal o porco espinho. Olha só, todo redondinho, não parece que vai fazer mal pra ninguém. Me enfeitiça, porquinho.
Cheguei perto.
Ai, tem espinho, esse porco espinho. Dá pra ver. Mas é tão bonitinho, coitado. Nunca que vai fazer mal pra alguém. Ah, olha só. Esses espinhos aqui ó, nem devem machucar. Deve ser de mentira, só pra espantar os inimigos – e eu não sou uma predadora (não tanto).
Fui chegando perto e mais perto. E não é que me atrai esse bichinho, me puxa pra perto. Olha!, ele é manso, é até adestrável, eu acho. Eu devo conseguir amansá-lo, claro que sim. Vem aqui, bichinho, pode chegar, vem comigo. Vem que eu te amanso. Vem. Vem. Me enfeitiçou, a presa. E fui chegando chegando.
Quando então finalmente criei coragem e decidi tocá-lo, fui encostar na sua carcaçinha de bichinho fofo e cheguei pertinho pertinho e- aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii.












Detesto esses bichos.


E sigo, cheia de cicatrizes.

terça-feira, junho 22, 2010

eu queria falar assim. que essa vida é boa demais. e que ficar sozinha agora é um suplício. depois de dormirmos todos amontoados, depois de nos amarmos nessa intensidade absoluta, todos os corpos, os cheiros que eu já decorei. que essa vida só faz sentido assim, em bando. assim, dividir a vida e a alma com aqueles que nos conhecem mais do que nós mesmos. assim. que a vida não é coisa de guardar pra si. é coisa de gritar aos quatro cantos. de falar, de trocar. de pegar um pouco de cada um pra acrescentar e ir compondo; que a gente nasce assim, cheio de buraco e de vazio, que é pra poder ir completando aos poucos. se nascesse pronto, qual sentido? que eu os amo de alma inteira. minha alma agora é deles. e isso me enlouquece. caminho sem volta. filme maluco. e a travessia mal começou.

quinta-feira, junho 17, 2010

daí eu propus assim pra ele:
eu só tenho um mês. é pegar ou largar.

travessura

preciso cometer alguns assassinatos






então

de mãos manchadas: meus pais irmãos amores e amigos.
o sangue quente deles todos escorre.
daí eu toda entro num estado de transformar, sair do casulo.
daí eu toda diferente, toda outra, cabelo vermelho-sangue, aquela lá que eu busco.
a assassina impiedosa. sem frieza. coração batendo quente. bicho solto cão sem dono.

por enquanto é aguentar esse meio de caminho, de nem ser ou nãoser.

a minha travessia começa com alguns assassinatos.

ouviu, Tom?

terça-feira, junho 15, 2010

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segunda-feira, junho 14, 2010

hoje eu vi um filme lindo e feliz e fiquei tão triste porque eu queria que a vida fosse igualzinha a esse tipo de filme.

domingo, junho 13, 2010

perdi alguma coisa que ligava eu ao mundo. to de observadora nessa história. e observadora não tem graça alguma. legal é ser do time dos que fazem. não dos que assitem. preciso reconectar uns cabos, azeitar uns parafusos, focar. to vivendo louca alucinada fuma bebe fuma bebe fuma bebe bota pra dentro bota pra dentro bota pra dentro. to precisando é botar pra fora. rasgar essa carcaçona. deixar sair o alien lá de dentro, cheio de gosma, com aquela boca faminta de alien recém nascido. com fome de mundo, fome de tudo. to com fome de tudo. e não sacia não sacia nunca nunca. o quê vem pra matar minha fome de coisa maior do que comida cigarro bebida? minha fome é grande, de criar, de explodir a carcaçona, de dançar livre, de mostrar tripa peito do avesso, minha fome de leoa, minha fome de mulher sufocada agonizante respiração presa. quem virá me libertar? e se não vier, se essa história é toda uma grande farsa, não vou esperar coisa nenhuma. vou fazer por mim mesma. eu to com o microfone e tá tudo no meu nome.

sábado, junho 12, 2010

e se arrumou toda, vestido vermelho curto, lacinho preto no pescoço, cabelo preso de um jeito especial, se arrumou, se perfumou, passou lápis nos olhos negros, batom na boca, se arrumou, estava linda, linda, linda. todos diziam: você está linda. uau. que linda.
chegou na festa e se sentiu desajeitada. quis dançar, não conseguiu. quis beber, não engoliu. quis falar, se confundiu. se sentiu não pertencendo, assim linda, mas assim não fazia sentido estar ali, aquele batom todo, aquele vestido todo, aqueles olhos pintados e ninguém a percebia. nunca.

quinta-feira, junho 10, 2010

frio torrencial.
tem alguém aí?
aqui tem mais ou menos
alguém
às vezes mais
e hoje é frio né?
e meus dedos
duros
longos
minhas unhas comidas com algum resquício do esmalte vermelho
anel de espiral contando o tempo
tempo vem e volta
tempo dura
e esbarra nas partes de mim que ficam pelo tempo
que ficam rondando só esperando o momento de, nhac!, chegar


mentira este texto, este texto é uma farsa.
hoje me sinto bem. não densa e trsite como este texto sobre tempo. to feliz da vida.

este texto é uma farsa. em espiral.

terça-feira, junho 08, 2010

hoje eu passei o dia todo com você em mim. agora vou dormir sem você.
É isso:
são tres da manhã eu estou bebada nesta terça feira bêbada total e completamente. Aí eu pensei: vou escrever; tipo o que os surrealistas curtiam fazer, sabe? Livre escrita. Aí eu pensei: vou escrever uma livre escrita surrealista e bêbada e ver no que que dá. O fato é que só amanhã saberei.
Minha amiga Ana Kehl fantástica maravilhosa me acompanhou e me largou bêbada, avenida paulista, luzes inebriantes, eternas. Amo são paulo. Odeio são paulo. Vou-me embora, vou-me embora. Medo da porra. Medo de merda. Medo de nada. Você não é de nada seu medo de merda. Você não me pega. Vem me pegar vem. Pra você ver que você não é de nada. Vou me jogar num outro canto deste globo redondo. Pintar cabelo, heroína, andar de bicicleta, conhecer homens e mulheres, inventar o alemão que eu ainda não sei. Viver diariamente com uma língua que não é a minha língua mãe. Auto exílio, aí vou eu. Me acolham, me escolham. Lá vai uma brasileira arremessada. Lançada em terra estrangeira pra começar outra vida, outra ela. Quem me segura? Quem me cuida? Quem faz minha comida? Me dá bom dia em português? Quem me espera? Nada nem ninguém. E lá vou eu. Agora sim: estrada afora.
Finalmete.

segunda-feira, junho 07, 2010

Desatada dos nós da vida, agora me sinto livre. E perdida.

domingo, junho 06, 2010


as duas primeiras coisas que vou fazer quando chegar em berlim, são:

1- Comprar uma filmadora.

2- Pintar o meu cabelo de vermelho.

terça-feira, junho 01, 2010

de um domingo aí

Ginástica dos dedos. Tec tec tec. Ginástica do cérebro: escrever quando não se tem nada de importante pra dizer. Ainda assim, escrever. Como fumo, por vício. Como um jeito de preencher os buracos. Como um maravilhoso passatempo num domingo esbranquiçado como este. Empoleirada na cadeira giratória. São só dois dedos que digitam todas as palavras: nunca aprendi datilografia. Nunca aprendi a criar coisas profundas com as palavras. Nunca calculei o que estou escrevendo. Nunca fiz aqueles planejamentos para se escrever uma boa redação na Fuvest. Ainda assim, quando me empoleiro, quando os dedos começam tec tec tec, não há o que os faça parar. Uma palavra, outra, e outra e mais uma. E um texto. E eu me descrevendo. E eu me narrando. E eu me escondendo mostrando escondendo mostrando. E eu me deliciando. Fluindo, fluindo. Às vezes sai um bom. Noutras, um inútil.