sábado, junho 28, 2008

cérebrando

agarrar o teclado com a goela toda. engulir computador. letras. parágrafos. explodi-los num espaço mais real, mais concreto, menos ilusório. o que não é ilusório nestes tempos fictícios? minha unha vermelha é uma mentira. meu sangue negro, branco, amarelo e luso-italiano é uma mentira das grandes? eu sou de pele e de osso. dentro é osso fora é fosso. mas me atiro como quem finge saber por onde anda, em que pisa a sola, onde imprime seu rastro. tudo mentira que nada. egocêntrica, inválida: gosta de escrever depressões no relevo. inscrever na terceira pessoa é menos comprometedor. quero e não (quero) comprometer. escrevo sem significado, as palavras vão me guiando e me desviando de mim. fumaça é hoje o tempo duro de roer. duro de passar músculo, veias e ossos pra chegar no c e r n e .

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terça-feira, junho 17, 2008

bomba

Quero me bombardear de algo maior que rua concreto cidadão bem comportado dentro das leis. Quero multas. Mulas de carga. Salada. Roleta russa. Iugoslávia.
Quero escrever ser poder entender o invisível. Escrever cafonice. Ser-me inteira cafona. Sem medo de ser. Sem medo de ser. Sem me perder. Saber o rumo. O caminho de volta pra casa. De noite, me largo, me descalço, me descabelo. De dia sei ler as normas de segurança. Acendo. Aprendo. Abaixo cabeça e ouvido se perde dentro de mim. Quero estar presente. dentro e fora. Quero amor amor, comer amor, me fartar de amor de amor. Carne morta de amor vivo, pulsa, sua, toca sinos o amor. Confunde a visão dispersa na cidade labirinto. Encontra foco. VÊ. Heiner Muller está entre nós, eu sou um pouco de Heiner Muller com Sérgio Malandro. Cifras. Células. Mega bytes. HPs. Hxs. O humano está em extinção dentro de nós. Sou meio gente meio cidade. A cidade me atravessa, me reparte, invade meu cerne de sangue e transforma em CO2 cada fio de meus cabelos. Vou me transgenizando. Higienização do Homem é expulsá-lo de dentro de si. Entendeu? Tanto faz se entendem o que escrevo. Tanto faz. Hoje tudo tanto faz.

quarta-feira, junho 11, 2008

Falar de amor é tocar o improvável o impalpável; algo do tipo alma.
O meu amor é diferente de qualquer outro
Não é verde nem lilás
Não se espreme
Não se corre atrás

Ele me atinge de vez em quando
de vez em nunca
umas vezes poucas na vida ele dá o ar da graça

Faz cócegas, deixa os pensamentos atrapalhados, ensina que a gente não é só cabeça.

Às vezes se confunde com paixão com fogo com tesão
Amor não é fogo nem terra
Nem virgem nem leão

Eu invento o amor quando me dá na telha
Aí eu acredito.
Ele não chama o meu nome
Eu é que escuto bem demais