de noite calo deito e esqueço
de noite envelheço nos sonhos
me arrancam os dentes os sonhos
me falam de amor e morte
me mordem os cachorros da rua, me matam os pais, me dão sexo do bom
acordo outra - a mesma outra - estranha.
e tudo dói de forma
que me esqueço de dia
do que a noite me trouxe.
da velha que fui
da menina que sou
dos dias que passam umatrásdooutro.
do medo que o medo dá
________________
um dia vou pular o muro da cidade e vou cair num jardim imenso.
e pra lá vou levar todos os meus amigos, meus amores do presente e os do passado, meus pais, meus irmãos, meus sonhos de dente e morte, minha vontade de vida, meus não seis, minhas falhas, minhas criancices, vou levar o circo e o sol, o galo e a lia, a música boa, a permissão, vamos ser juntos?
eu os convidarei para o meu grande projeto.
topam?
quarta-feira, fevereiro 15, 2012
peço silêncio ao sol
às folhas das árvores
aos cães
aos carros de som e de pamonha
silencie vento
cabelereiros
calçadas
vassouras
senhoras
silêncio feira, máquinas e postes
silêncio luz, silêncio caetano veloso
silêncio, tempo. quieto. imóvel, tempo.
me deixe, tempo.
me largue, liberte.
silêncio, crianças, a vida passa.
silêncio, cabeça ruidosa, a vida acaba.
silêncio dia, que eu quero passar.
silêncio, vila romana, deixe-me entardecer em paz.
às folhas das árvores
aos cães
aos carros de som e de pamonha
silencie vento
cabelereiros
calçadas
vassouras
senhoras
silêncio feira, máquinas e postes
silêncio luz, silêncio caetano veloso
silêncio, tempo. quieto. imóvel, tempo.
me deixe, tempo.
me largue, liberte.
silêncio, crianças, a vida passa.
silêncio, cabeça ruidosa, a vida acaba.
silêncio dia, que eu quero passar.
silêncio, vila romana, deixe-me entardecer em paz.
sexta-feira, fevereiro 10, 2012
cesta
dia de trânsito e suor
e depois chuva
trânsito suor
e depois chuva
chu
chu
chu
vaaaaaa
depois noite e mais trânsito e ainda mais
chu
va
.
.
.
de manhã
o ensaio para imprensa
prensou-me
.
sexta feira calor infernal sem ar condicionado
e ducha gelada quando entrei em casa
mas agora ele dorme, ela pensou. como ontem, exatamente igual. e como ontem não o tinha visto durante o dia. deu tchau pra ele ainda na cama e chegou com ele na cama de novo.
vida a dois. assim é que é.
sexta feira cheia. sexta feira cedo. sexta feira televisão e internet.
e depois chuva
trânsito suor
e depois chuva
chu
chu
chu
vaaaaaa
depois noite e mais trânsito e ainda mais
chu
va
.
.
.
de manhã
o ensaio para imprensa
prensou-me
.
sexta feira calor infernal sem ar condicionado
e ducha gelada quando entrei em casa
mas agora ele dorme, ela pensou. como ontem, exatamente igual. e como ontem não o tinha visto durante o dia. deu tchau pra ele ainda na cama e chegou com ele na cama de novo.
vida a dois. assim é que é.
sexta feira cheia. sexta feira cedo. sexta feira televisão e internet.
quinta-feira, fevereiro 02, 2012
Hoje no trânsito na avenida faria lima me veio este pensamento. um pensamento novo, inesperado, puro, verdadeiro, que nunca tinha me vindo antes.
um pensamento assim:
eu largaria tudo para aprender equitação.
e viveria saltando e correndo com cavalos, onde quer que fosse.
me veio uma certeza de felicidade meio sem explicação. eu amo cavalos, cresci com eles, mas nunca desejei uma vida assim.
entendi, em meio aos carros, ao co2, ao barulho e aos faróis, que me dedicar a um animal seria algo realmente grandioso.
me vi naqueles filmes americanos, naquelas fazendas infinitas, cavalgando um cavalo marrom escuro muito maior do que eu, pelos campos, no por do sol. pulando rios, cercas, correndo sós, eu e o meu cavalo.
que doideira essa cabeça.
será que podemos viver a vida que quisermos?
tudo é mesmo possível?
só precisa de coragem, acho, mais nada.
um pensamento assim:
eu largaria tudo para aprender equitação.
e viveria saltando e correndo com cavalos, onde quer que fosse.
me veio uma certeza de felicidade meio sem explicação. eu amo cavalos, cresci com eles, mas nunca desejei uma vida assim.
entendi, em meio aos carros, ao co2, ao barulho e aos faróis, que me dedicar a um animal seria algo realmente grandioso.
me vi naqueles filmes americanos, naquelas fazendas infinitas, cavalgando um cavalo marrom escuro muito maior do que eu, pelos campos, no por do sol. pulando rios, cercas, correndo sós, eu e o meu cavalo.
que doideira essa cabeça.
será que podemos viver a vida que quisermos?
tudo é mesmo possível?
só precisa de coragem, acho, mais nada.
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