Ele transa com o violão
Elétrico
Eletrocuta-se todo
Ela esperta pesca tudo
Electra
segunda-feira, outubro 22, 2012
Ela gosta de brincar de medo
Nunca vou adivinhar o seu segredo
Fui brincar me arranhei inteiro
Ela vive ali na beira
Me convida pra dançar no abismo
E eu louco par cair
Brinquedo
Medo bom
Caixinha negra
Cuidado que explode
Cuidado que pode explodir
Ela nunca vai se jogar
E eu louco par mergulhar
ali.
Nunca vou adivinhar o seu segredo
Fui brincar me arranhei inteiro
Ela vive ali na beira
Me convida pra dançar no abismo
E eu louco par cair
Brinquedo
Medo bom
Caixinha negra
Cuidado que explode
Cuidado que pode explodir
Ela nunca vai se jogar
E eu louco par mergulhar
ali.
sexta-feira, agosto 31, 2012
domingo, agosto 12, 2012
domingo, agosto 05, 2012
E sempre que termina a peça
"que os deuses não nos notem"
faz-se silêncio entre os mortais
a mortal platéia
e o também público mortal
unem-se na escuridão do teatro.
hoje mais uma morte e mais um vento de vida no palco da Ifigênia
hoje mais um despertar de profundezas da alma
hoje uterina, filha, guerreira
hoje suor e sangue
conta a todos nós, Ifigênia: com quantos sacrifícios se entra para a História?
"que os deuses não nos notem"
faz-se silêncio entre os mortais
a mortal platéia
e o também público mortal
unem-se na escuridão do teatro.
hoje mais uma morte e mais um vento de vida no palco da Ifigênia
hoje mais um despertar de profundezas da alma
hoje uterina, filha, guerreira
hoje suor e sangue
conta a todos nós, Ifigênia: com quantos sacrifícios se entra para a História?
sexta-feira, julho 27, 2012
Bagunça criativa neste retiro em Jaú. Retiro ao mesmo tempo alimentar, espiritual, trabalhístico, familiar, emocional, maternal, oxigenal, cerebral, sentimental. U a u . Que bênção esse lugar Deus Meu. Obrigada tataravô, tataravó, bisavô, bisavó, avô, avó! Obrigada antepassados meus, por este lugar existir. Obrigada aos que fazem e conservam este lugar até hoje. Que pri vi lé gio meu deus, que privilégio um lugar assim, com todas as minhas raizes reunidas, enterradas nesta terra boa e roxa, todas as minhas memórias de infância nestas paredes, corredores, vacaria e cocheira, e terreirão e cafezal, canavial, aos cavalos, às galinhas, que bom é ter vocês todos aqui reunidos, basta uma viagem de três horas e meia da minha casa em são paulo que chego aqui neste lugar fora do tempo (será que existe mesmo isso aqui?) e me encontro diretamente COMIGO, e minha família, e a minha avó que já morreu, mas ainda assim me encontrei com ela de um jeito tão lindo desta vez. Que me sentei na sua escrivaninha e mexi em suas fotos e diários e descobri quão linda ela era jovem!! Eu nunca tinha visto a minha avó jovem! Que mulher! Cheia, transbordante de vida! Ela tinha aquele tipo de sorriso com uma gengiva que aparece e eu acho isso tão lindo nas mulheres (acho que minha prima Joana herdou este sorriso..). E como é legal ficar encontrando as minhas tias na minha avó e até ME encontrar na minha avó, meu deus, como é bom saber de onde a gente veio, e as características boas e ruins que vieram para nós sem a gente escolher!
Consegui me aproximar mais da Kátia. Imaginei-a, toquei piano, peguei folhas, pedras, gravetos, flores para levar para São Paulo e usar na cena. E construir meu Totem-Kátia. Escrevi muito como Kátia. Kátia é bichinho do mato, filha da natureza, vive só e bem, inventa suas estórias, se apaixona, loucamente, desvairadamente. Kátia é bichinho desconfiado, observador, se esquiva. Kátia colhe flores. Toca piano. É uma mulher, já. Sente falta do pai, teme a irmã, pouco carinhosa, muito rígida, seca. Criei os cinco quadros mas quero criar outros cinco. Li a novela inacabada do Púchkin, me envolvi, de repente, puft, acabou, ele parou de escrever, nunca saberemos o fim da estória, é terrível!
Minha mãe menininha. Minha tia Lu. Meu irmão. Tonicão.
Estou maluca e feliz.
Obrigada Jaú. Boa noite. Até a volta,
sua
S.
Consegui me aproximar mais da Kátia. Imaginei-a, toquei piano, peguei folhas, pedras, gravetos, flores para levar para São Paulo e usar na cena. E construir meu Totem-Kátia. Escrevi muito como Kátia. Kátia é bichinho do mato, filha da natureza, vive só e bem, inventa suas estórias, se apaixona, loucamente, desvairadamente. Kátia é bichinho desconfiado, observador, se esquiva. Kátia colhe flores. Toca piano. É uma mulher, já. Sente falta do pai, teme a irmã, pouco carinhosa, muito rígida, seca. Criei os cinco quadros mas quero criar outros cinco. Li a novela inacabada do Púchkin, me envolvi, de repente, puft, acabou, ele parou de escrever, nunca saberemos o fim da estória, é terrível!
Minha mãe menininha. Minha tia Lu. Meu irmão. Tonicão.
Estou maluca e feliz.
Obrigada Jaú. Boa noite. Até a volta,
sua
S.
domingo, julho 22, 2012
Apinéia.
Sonho com um mar vermelho transparente cheio de dejetos, sujeira. A onda passa por cima da minha cabeça, estou de pé, ela passa sem me molhar, estou dentro dela, vejo toda a sujeira passando por cima sem me tocar.
Meu caos organizado. Não meto o pé na lama, amo fria, ando sóbria sem chafurdamentos.
Novidade nenhuma, ela ri.
É uma intensidade limpinha. Nem lá nem cá.
Queria não entender tanto. Não explicar assim. Deixar-me ser mar inteira mar. Can't live with no love. Sem paixonar-se é tédio.
Tanto por fazer sem conseguir começar. O processo criativo não pode ser assim racional e ordenado, não é assim, tem que sentir alguma coisa, intuir uma fresta, e IR.
Os dias de julho tem sido lindos e eu nessa casa fria de frente para a porta, vendo os cachorros passearem felizes, vendo sol se por e imaginando como deve estar lindo lá fora mas sem me atrever a sair. Só saio quando escurece e aí é igual, mesmas luzes frias dos postes, mesmo carro, ruas todas iguais quando é de noite. Tem sido assim.
O processo de criar a Kátia está muito dentro, lá no fundo, não consegue ir pra fora, escancarar janela do corpo. Fiz uma colagem, foi uma tentativa de botar fora o que está dentro, um bom primeiro passo, acredito.
E agora pra onde? Criar os quadros, como? Desenhá-los? Botar no corpo? Criar o totem que o Wagner sempre fala. Preciso. Começar é que é difícil, já disse Beckett.
Fico sempre querendo as seguranças, os acertos, só começo quando tenho certeza. Mas como fazer diferente desta vez? Partir de um intuito, de uma imagem, deixar meu instinto procurando trilhas, seguindo alguma coisa mesmo que nebulosa, mas confiante.
Kátia toca piano de maneira séria e severa. Kátia é solitária. Kátia é feliz quando tinha tudo para não ser. É órfã, foi educada pela irmã, vive longe da cidade, com a irmã e a tia velha e chata. Mas é feliz assim. Kátia ama os pássaros, ama a natureza, é inteligente e tem personalidade forte, como a irmã. Kátia está pronta para amar, é tudo o que ela quer. Quando os dois rapazes aparecem em sua casa é um grande acontecimento para ela e sua vida pacata e sozinha. Kátia sente vergonha e muitas vezes mergulha para dentro de si e não há quem a arranque de lá. Kátia é irônica e soube direitinho como fazer para Arkadi ficar a seus pés. Serpentinha. Deixa os rastros de maçãs, uma trilha, uma armadilha, é ardilosa, observadora. Kátia é russa e nova. Nunca deve ter estado com um homem. Quer conquistar a sua liberdade, sair desta casa, dos domínios da irmã autoritária.
Sonho com um mar vermelho transparente cheio de dejetos, sujeira. A onda passa por cima da minha cabeça, estou de pé, ela passa sem me molhar, estou dentro dela, vejo toda a sujeira passando por cima sem me tocar.
Meu caos organizado. Não meto o pé na lama, amo fria, ando sóbria sem chafurdamentos.
Novidade nenhuma, ela ri.
É uma intensidade limpinha. Nem lá nem cá.
Queria não entender tanto. Não explicar assim. Deixar-me ser mar inteira mar. Can't live with no love. Sem paixonar-se é tédio.
Tanto por fazer sem conseguir começar. O processo criativo não pode ser assim racional e ordenado, não é assim, tem que sentir alguma coisa, intuir uma fresta, e IR.
Os dias de julho tem sido lindos e eu nessa casa fria de frente para a porta, vendo os cachorros passearem felizes, vendo sol se por e imaginando como deve estar lindo lá fora mas sem me atrever a sair. Só saio quando escurece e aí é igual, mesmas luzes frias dos postes, mesmo carro, ruas todas iguais quando é de noite. Tem sido assim.
O processo de criar a Kátia está muito dentro, lá no fundo, não consegue ir pra fora, escancarar janela do corpo. Fiz uma colagem, foi uma tentativa de botar fora o que está dentro, um bom primeiro passo, acredito.
E agora pra onde? Criar os quadros, como? Desenhá-los? Botar no corpo? Criar o totem que o Wagner sempre fala. Preciso. Começar é que é difícil, já disse Beckett.
Fico sempre querendo as seguranças, os acertos, só começo quando tenho certeza. Mas como fazer diferente desta vez? Partir de um intuito, de uma imagem, deixar meu instinto procurando trilhas, seguindo alguma coisa mesmo que nebulosa, mas confiante.
Kátia toca piano de maneira séria e severa. Kátia é solitária. Kátia é feliz quando tinha tudo para não ser. É órfã, foi educada pela irmã, vive longe da cidade, com a irmã e a tia velha e chata. Mas é feliz assim. Kátia ama os pássaros, ama a natureza, é inteligente e tem personalidade forte, como a irmã. Kátia está pronta para amar, é tudo o que ela quer. Quando os dois rapazes aparecem em sua casa é um grande acontecimento para ela e sua vida pacata e sozinha. Kátia sente vergonha e muitas vezes mergulha para dentro de si e não há quem a arranque de lá. Kátia é irônica e soube direitinho como fazer para Arkadi ficar a seus pés. Serpentinha. Deixa os rastros de maçãs, uma trilha, uma armadilha, é ardilosa, observadora. Kátia é russa e nova. Nunca deve ter estado com um homem. Quer conquistar a sua liberdade, sair desta casa, dos domínios da irmã autoritária.
domingo, julho 08, 2012
Ariadne trança os fios de seu amor impossível. Pega o carro e atravessa a cidade ouvindo músicas do momento no rádio. Não canta junto. Se enfia no labirinto minhocão, 23 de maio, barra funda, zona norte. Cidade de fios visíveis e invisíveis. Cidade trama. Cidade conexão. Perder-se do outro e de si, cidade afora, noite adentro. Despistar-se. Só. Perder-se.
Mas ela não sabia esquecer. Sabe onde ele mora, sabe onde o encontrar, sabe seu número de telefone, o nome de sua mãe, a cor do seu carro. Sabe como chamá-lo. Sabe, secretamente, que ele ainda... ou inventa. Ou canta. Ou bebe. Ariadne não confia no destino, Ariadne não é mitológica (quem raios é Ariadne, e por quê ela, assim, nos meus escritos?).
"eu amo dois", diz para si no silêncio de seu labirinto.
Ariadne e um minotauro aprisionado.
Deixa seus fios, seu rastro, a pé ou de carro, deixa seu cheiro na avenida das luzes, pixa seu nome debaixo do viaduto, acende uma vela na esquina do cemitério do araçá. Pede pros deuses do asfalto, pros doidos da rua, conta teus segredos à uma criança.
A cidade dorme e ri. A cidade te engole, Ariadne, ele te esquece, Ariadne, ele te esquece, Ariadne, pouco a pouco, ele te esquece, Ariadne.
segunda-feira, maio 14, 2012
dor dor dor no estômago
frio na espinha
estória que se repete ete ete ete até quando deus meu?
até onde?
até que fura
fere
descabela
reflete
estanca
pausa.
e começa eça eça essa coisa ruim que não chega o fim.......................
agora
penso
escrevo pra
pensar
vaza
sai
deixa irrrrrrr
e um muro automaticamente se ergue
muralha da china que não é maravilha nenhuma.
aquilo que impede nosso amor de dar certo
e que não sei porque se transforma em raiva
pura
vermelha
o que tinha que ser amor amor AMOR!
raiva relva escura
me larga me deixa não enche me deixa gozar.
domingo, abril 29, 2012
Meus amigos
eu não viveria sem eles
minha segunda família, a família que escolhi.
e é um amor incondicional, é um cuidar e ser cuidada sempre.
se ontem eu não tivesse amigos nem sei o que aconteceria comigo. mas como eu tenho os melhores, deu tudo certo.
nossos planos são bons, deixaremos obras para o mundo, para o futuro, deixamos músicas, um filme, livros, boas estórias. vamos plantar cada vez mais coisas boas nesse mundo. vamos ter filhos e nossos filhos serão amigos. e será para todo o sempre.
não tenho mais dúvidas disso.
meus amigos, os escolhi e fui escolhida por eles. meu eixo, meu centro, meu repouso, meu porto seguro, minha alegria, minha dança, minha cerveja, meus cigarros todos, minhas merdas, minhas qualidades e meus piores defeitos. compartilhamos tudo!
um brinde à vida que vai mostrando a cara pouco a pouco para nós. um brinde às experiências fortes, fodas, boas, loucas. um brinde ao calejar-se, ao deixar-se passar pelos acidentes e pelas maravilhas. um brinde aos amigos desta estrada afora.
evoé!
e um brinde à Ifigênia, que hoje foi nosso último dia no SESC! Foi lindo! Tesudo!
quarta-feira, abril 25, 2012
retrato desta noite
Cozinha mal iluminada
(sabe? o que gosto mesmo é de escrever)
Ela com resto de maquiagem da peça de teatro no rosto (e algumas espinhas despontando - pelo excesso de maquiagem e chocolate)
sentada na mesa branca
suco de uva sufresh light pra tomar de canudinho
laptop ligado na frente
cigarro cinzeiro fósforo - fuma.
uma sensação estranha na barriga
barulho de geladeira incessante e do canudinho sendo sugado
e uma garrafa térmica laranja.
a natureza é morta.
segunda-feira, abril 23, 2012
a minha vontade de liberdade não vence um medo estúpido de desagradar o outro.
essa estória de caber exatamente no que o outro espera da gente me dá uma coia ruim e cancerígena.
pra que ele me quer aqui, entao???
pra eu estar sob controle. e eu sou besta e me coloco neste lugar.
e fico aqui pagando de santa. ah. fuck you. to fora. agora. parti.
Estou com ela
a gripe
e ela está comigo
a mesma que matou tantos índios quando os brancos invadiram suas terras
a mesma que mata idosos e crianças sem cuidado
eu sou uma cirança sem cuidado quando ela me pega
a gripe
ela me pega e me entorta
no espelho sou outra
meio branca, meio louca
sou eu mesma na minha versão não saudável
sou eu outra, palidez, morta
do ser do ente
não posso me distanciar tanto assim do ente
meu corpo volta para me buscar e cobrar uma atenção
sempre que ela me pega eu escrevo sobre ela
ela me incomoda de fato.
quinta-feira, abril 05, 2012
você por quê?
Era você
E agora?
Meu inconsciente me trai.
Meus seios nus
Os pernilongos
A carona de carro e os motoqueiros tramando um crime
Daí a gente chegava
E você dizia: "como assim? por quê você, ali, nunca achei que você fosse"
E eu entendia que a gente tinha que conversar.
Mas eu entrava no prédio, atendia o celular, você do lado de fora esperava no carro eu voltar. E eu voltaria.
Não fosse o despertador tocar bem na hora!
Então nossa conversa foi adiada, mais uma vez.
E agora?
Meu inconsciente me trai.
Meus seios nus
Os pernilongos
A carona de carro e os motoqueiros tramando um crime
Daí a gente chegava
E você dizia: "como assim? por quê você, ali, nunca achei que você fosse"
E eu entendia que a gente tinha que conversar.
Mas eu entrava no prédio, atendia o celular, você do lado de fora esperava no carro eu voltar. E eu voltaria.
Não fosse o despertador tocar bem na hora!
Então nossa conversa foi adiada, mais uma vez.
quarta-feira, fevereiro 15, 2012
de noite calo deito e esqueço
de noite envelheço nos sonhos
me arrancam os dentes os sonhos
me falam de amor e morte
me mordem os cachorros da rua, me matam os pais, me dão sexo do bom
acordo outra - a mesma outra - estranha.
e tudo dói de forma
que me esqueço de dia
do que a noite me trouxe.
da velha que fui
da menina que sou
dos dias que passam umatrásdooutro.
do medo que o medo dá
________________
um dia vou pular o muro da cidade e vou cair num jardim imenso.
e pra lá vou levar todos os meus amigos, meus amores do presente e os do passado, meus pais, meus irmãos, meus sonhos de dente e morte, minha vontade de vida, meus não seis, minhas falhas, minhas criancices, vou levar o circo e o sol, o galo e a lia, a música boa, a permissão, vamos ser juntos?
eu os convidarei para o meu grande projeto.
topam?
de noite envelheço nos sonhos
me arrancam os dentes os sonhos
me falam de amor e morte
me mordem os cachorros da rua, me matam os pais, me dão sexo do bom
acordo outra - a mesma outra - estranha.
e tudo dói de forma
que me esqueço de dia
do que a noite me trouxe.
da velha que fui
da menina que sou
dos dias que passam umatrásdooutro.
do medo que o medo dá
________________
um dia vou pular o muro da cidade e vou cair num jardim imenso.
e pra lá vou levar todos os meus amigos, meus amores do presente e os do passado, meus pais, meus irmãos, meus sonhos de dente e morte, minha vontade de vida, meus não seis, minhas falhas, minhas criancices, vou levar o circo e o sol, o galo e a lia, a música boa, a permissão, vamos ser juntos?
eu os convidarei para o meu grande projeto.
topam?
peço silêncio ao sol
às folhas das árvores
aos cães
aos carros de som e de pamonha
silencie vento
cabelereiros
calçadas
vassouras
senhoras
silêncio feira, máquinas e postes
silêncio luz, silêncio caetano veloso
silêncio, tempo. quieto. imóvel, tempo.
me deixe, tempo.
me largue, liberte.
silêncio, crianças, a vida passa.
silêncio, cabeça ruidosa, a vida acaba.
silêncio dia, que eu quero passar.
silêncio, vila romana, deixe-me entardecer em paz.
às folhas das árvores
aos cães
aos carros de som e de pamonha
silencie vento
cabelereiros
calçadas
vassouras
senhoras
silêncio feira, máquinas e postes
silêncio luz, silêncio caetano veloso
silêncio, tempo. quieto. imóvel, tempo.
me deixe, tempo.
me largue, liberte.
silêncio, crianças, a vida passa.
silêncio, cabeça ruidosa, a vida acaba.
silêncio dia, que eu quero passar.
silêncio, vila romana, deixe-me entardecer em paz.
sexta-feira, fevereiro 10, 2012
cesta
dia de trânsito e suor
e depois chuva
trânsito suor
e depois chuva
chu
chu
chu
vaaaaaa
depois noite e mais trânsito e ainda mais
chu
va
.
.
.
de manhã
o ensaio para imprensa
prensou-me
.
sexta feira calor infernal sem ar condicionado
e ducha gelada quando entrei em casa
mas agora ele dorme, ela pensou. como ontem, exatamente igual. e como ontem não o tinha visto durante o dia. deu tchau pra ele ainda na cama e chegou com ele na cama de novo.
vida a dois. assim é que é.
sexta feira cheia. sexta feira cedo. sexta feira televisão e internet.
e depois chuva
trânsito suor
e depois chuva
chu
chu
chu
vaaaaaa
depois noite e mais trânsito e ainda mais
chu
va
.
.
.
de manhã
o ensaio para imprensa
prensou-me
.
sexta feira calor infernal sem ar condicionado
e ducha gelada quando entrei em casa
mas agora ele dorme, ela pensou. como ontem, exatamente igual. e como ontem não o tinha visto durante o dia. deu tchau pra ele ainda na cama e chegou com ele na cama de novo.
vida a dois. assim é que é.
sexta feira cheia. sexta feira cedo. sexta feira televisão e internet.
quinta-feira, fevereiro 02, 2012
Hoje no trânsito na avenida faria lima me veio este pensamento. um pensamento novo, inesperado, puro, verdadeiro, que nunca tinha me vindo antes.
um pensamento assim:
eu largaria tudo para aprender equitação.
e viveria saltando e correndo com cavalos, onde quer que fosse.
me veio uma certeza de felicidade meio sem explicação. eu amo cavalos, cresci com eles, mas nunca desejei uma vida assim.
entendi, em meio aos carros, ao co2, ao barulho e aos faróis, que me dedicar a um animal seria algo realmente grandioso.
me vi naqueles filmes americanos, naquelas fazendas infinitas, cavalgando um cavalo marrom escuro muito maior do que eu, pelos campos, no por do sol. pulando rios, cercas, correndo sós, eu e o meu cavalo.
que doideira essa cabeça.
será que podemos viver a vida que quisermos?
tudo é mesmo possível?
só precisa de coragem, acho, mais nada.
um pensamento assim:
eu largaria tudo para aprender equitação.
e viveria saltando e correndo com cavalos, onde quer que fosse.
me veio uma certeza de felicidade meio sem explicação. eu amo cavalos, cresci com eles, mas nunca desejei uma vida assim.
entendi, em meio aos carros, ao co2, ao barulho e aos faróis, que me dedicar a um animal seria algo realmente grandioso.
me vi naqueles filmes americanos, naquelas fazendas infinitas, cavalgando um cavalo marrom escuro muito maior do que eu, pelos campos, no por do sol. pulando rios, cercas, correndo sós, eu e o meu cavalo.
que doideira essa cabeça.
será que podemos viver a vida que quisermos?
tudo é mesmo possível?
só precisa de coragem, acho, mais nada.
sábado, janeiro 28, 2012
ano do dragão
Soltem
os dragões
soprem, tempestades chinesas
tormentas marítmas
fendas nas terra
Se segurem nos sapatos
apertem os cintos da razão
quem manda agora é o coração
deixa vir
transforma
sai daí
desloca
veste outra coisa
carece ter coragem
furacão enlouquecido
vontade é poder
temos as mãos, os olhos, os pés
ação, dragão!
nos devore e cuspa melhores
me deixa entender
me ensina de uma vez por todas como é que faz
pra crescer.
os dragões
soprem, tempestades chinesas
tormentas marítmas
fendas nas terra
Se segurem nos sapatos
apertem os cintos da razão
quem manda agora é o coração
deixa vir
transforma
sai daí
desloca
veste outra coisa
carece ter coragem
furacão enlouquecido
vontade é poder
temos as mãos, os olhos, os pés
ação, dragão!
nos devore e cuspa melhores
me deixa entender
me ensina de uma vez por todas como é que faz
pra crescer.
sexta-feira, janeiro 20, 2012
abriu a torneirinha da escrita
a gota melancólica no papel virtual
(sinto que vários afazeres estão sendo deixados de lado neste momento, mas não há quem me arranque daqui)
sei chorar
eu também já sei sentir a dor
mas isso não é meu, é do cartola. peguei emprestado.
sei lá sei lá sei lá
deu vontade de estar em berlin, right now. plim. e estou ali. em alguma rua do kreuzberg. com meu casaco pesado de penas de ganso que comprei na zara da dinamarca. meu gorro roxo e ridículo que cobre as orelhas, comprado em toulouse, frança. minhas luvas também roxas, que já estão se desfazendo.
o ar frio corta meu rosto, meus lábios. olho pro céu, azul. raro, nesta época fria. penso que o sol é uma dádiva do brasil. que nós não damos o devido valor. em berlin, quando há sol as pessoas comentam e sorriem. é feliz ter sol.
então, eu aqui, no meu transporte imaginário para berlin, agora estou enrolando um cigarrinho de papel, sentada num café, há um homem grande com um cachorro embaixo da mesa. eles deixam fumar aqui dentro, porque lá fora não dá pra ficar. estou enrolando, porque marquei a hora num cabelereiro que passei em frente e ele disse que só estaria livre em uma hora. resolvi cortar o cabelo como o das berlinenses, levar este lugar comigo, de volta ao brasil. ainda há pouco entrei numa biomarket e comi uma quiche. pedi em inglês, já desisti do alemão.
Daqui a pouco irei arrastando minha mala com rodinhas pela skalitzer strasse na neve até o bar em que o marco trabalha pra pegar a chave do ap dele, onde passarei minhas ultimas horas antes de embarcar de volta ao brasil. Mas na volta, vou parar no bar chamando sofia e tomar a minha cerveja preferida que se chama flenzburguer, ou algo do gênero.
Engraçado me lembrar justo do meu último dia em berlim, de uma viagem longa de meses, me veio à lembrança o ultimo dia...
tenho saudades de como me sentia lá. das possibilidades infinitas. das novidades infinitas na cidade mais legal do mundo. tenho saudades da eu que podia ser qualquer uma. da eu que não entrava em paranóia nenhuma. da eu que cresceu tanto tanto longe daqui.
------...-------
agora abro os olhos e estou na cozinha da minha casa, rua mário, vila romana. o cartola canta ao fundo junto com alguns cachorros do bairro que latem. 100% brasil. nossa, não sei como consegui me visualizar na alemanha, estando tão no brasil neste instante exato.
"os tempos idos nunca esquecidos trazem tristeza ao recordar" - o cartola acompanha meu ritmo de nostalgia.
sou tão naftalínica.
saudosista.
memórias a mil.
a laura falou uma coisa linda sobre a memória, outro dia. que as coisas que vivemos estão aqui, impregnadas, ferradas a ferro e fogo, ninguém as tira daqui. jamais. por isso, podemos deixá-las ali, tranquilas, adormecidas. não tem que ficar revirando, remexendo, não adianta, não tem volta. mas o que foi, foi, e ninguém tira o fato de que foi. e é o que basta. já vivemos, não precisamos viver de novo. talvez nem teria graça viver de novo algumas coisas.
então, me resta imaginar como será em berlim quando eu voltar. vou trabalhar, levar meu grupo de teatro, fazer uma residência, criar uma peça lá. sonho absoluto, mor. é o que quero. viver no amado bairro do kreuzberg, frequentar o bar em que o Marco é barman, deslizar de bicicleta pelas ruas lisas alemãs, aprender a língua, fazer teatro naquela cidade ultra inspiradora, apresentar coisas nas ruas, nas feiras, nos bares criativos, únicos.
é mais gostoso imaginar o futuro que lembrar o passado.
a gota melancólica no papel virtual
(sinto que vários afazeres estão sendo deixados de lado neste momento, mas não há quem me arranque daqui)
sei chorar
eu também já sei sentir a dor
mas isso não é meu, é do cartola. peguei emprestado.
sei lá sei lá sei lá
deu vontade de estar em berlin, right now. plim. e estou ali. em alguma rua do kreuzberg. com meu casaco pesado de penas de ganso que comprei na zara da dinamarca. meu gorro roxo e ridículo que cobre as orelhas, comprado em toulouse, frança. minhas luvas também roxas, que já estão se desfazendo.
o ar frio corta meu rosto, meus lábios. olho pro céu, azul. raro, nesta época fria. penso que o sol é uma dádiva do brasil. que nós não damos o devido valor. em berlin, quando há sol as pessoas comentam e sorriem. é feliz ter sol.
então, eu aqui, no meu transporte imaginário para berlin, agora estou enrolando um cigarrinho de papel, sentada num café, há um homem grande com um cachorro embaixo da mesa. eles deixam fumar aqui dentro, porque lá fora não dá pra ficar. estou enrolando, porque marquei a hora num cabelereiro que passei em frente e ele disse que só estaria livre em uma hora. resolvi cortar o cabelo como o das berlinenses, levar este lugar comigo, de volta ao brasil. ainda há pouco entrei numa biomarket e comi uma quiche. pedi em inglês, já desisti do alemão.
Daqui a pouco irei arrastando minha mala com rodinhas pela skalitzer strasse na neve até o bar em que o marco trabalha pra pegar a chave do ap dele, onde passarei minhas ultimas horas antes de embarcar de volta ao brasil. Mas na volta, vou parar no bar chamando sofia e tomar a minha cerveja preferida que se chama flenzburguer, ou algo do gênero.
Engraçado me lembrar justo do meu último dia em berlim, de uma viagem longa de meses, me veio à lembrança o ultimo dia...
tenho saudades de como me sentia lá. das possibilidades infinitas. das novidades infinitas na cidade mais legal do mundo. tenho saudades da eu que podia ser qualquer uma. da eu que não entrava em paranóia nenhuma. da eu que cresceu tanto tanto longe daqui.
------...-------
agora abro os olhos e estou na cozinha da minha casa, rua mário, vila romana. o cartola canta ao fundo junto com alguns cachorros do bairro que latem. 100% brasil. nossa, não sei como consegui me visualizar na alemanha, estando tão no brasil neste instante exato.
"os tempos idos nunca esquecidos trazem tristeza ao recordar" - o cartola acompanha meu ritmo de nostalgia.
sou tão naftalínica.
saudosista.
memórias a mil.
a laura falou uma coisa linda sobre a memória, outro dia. que as coisas que vivemos estão aqui, impregnadas, ferradas a ferro e fogo, ninguém as tira daqui. jamais. por isso, podemos deixá-las ali, tranquilas, adormecidas. não tem que ficar revirando, remexendo, não adianta, não tem volta. mas o que foi, foi, e ninguém tira o fato de que foi. e é o que basta. já vivemos, não precisamos viver de novo. talvez nem teria graça viver de novo algumas coisas.
então, me resta imaginar como será em berlim quando eu voltar. vou trabalhar, levar meu grupo de teatro, fazer uma residência, criar uma peça lá. sonho absoluto, mor. é o que quero. viver no amado bairro do kreuzberg, frequentar o bar em que o Marco é barman, deslizar de bicicleta pelas ruas lisas alemãs, aprender a língua, fazer teatro naquela cidade ultra inspiradora, apresentar coisas nas ruas, nas feiras, nos bares criativos, únicos.
é mais gostoso imaginar o futuro que lembrar o passado.
quinta-feira, janeiro 19, 2012
à um amor.
Do cão, a dona fiel
A zona de Lia me chama
para uma parte do globo qualquer
num ponto preto do olho preto dos pés pretos sem sapato
Tira os pés e pisa o mundo
Solta o cabelo, nuvem de chumbo
Alça teu vôo sereno
Calça minha mão na tua
Vamos juntas estrada da vida afora?
E ela responde:
"e se periga,
noite adentro."
A zona de Lia me chama
para uma parte do globo qualquer
num ponto preto do olho preto dos pés pretos sem sapato
Tira os pés e pisa o mundo
Solta o cabelo, nuvem de chumbo
Alça teu vôo sereno
Calça minha mão na tua
Vamos juntas estrada da vida afora?
E ela responde:
"e se periga,
noite adentro."
quarta-feira, janeiro 18, 2012
A minha carta proibida
- a que nunca será enviada à (o) possível destinatária (o) -
começaria com:
"Adeus,"
A primeira frase da carta poderia ser:
"Você sabia que escrever cartas é o gesto mais desesperado que existe?"
E por aí, eu iria:
"... e que escrever cartas proibidas é ainda mais desesperador?
Mas ao mesmo tempo, é inspirador e solitário, escrever a carta que nunca será lida por seu (sua) destinatário (a). Uma carta disfarçada de conto, poesia, romance, já que esses sim, são destinados à ninguéns. E à todos, por consequência.
À ninguéns e à todos eu diria fatos não específicos pois senão estaria denunciando o teor altamente proibido da carta. Explosivo. Escreveria coisas gerais. Que poderiam atingir qualquer um.
Seria algo como escrever em um contexto de censura. Repressão, ditadura, impossibilidade de livre expressão. Sim, poderia escrever sobre isso. A censura. Que aqui não se trata da censura do Estado, mas do estado das coisas. Do ponto a que elas chegam, e se tornam impossíveis de ser.
Por outro lado, por quê não dar um chute na moral e nos bons costumes? Uma bica no limite entre a sanidade e a loucura, dar adeus à razão e deixar outras partes do cérebro conduzirem a mão pelo papel?
Sabe, isso tudo é bastante desesperado.
Mas gosto, masoquistamente, das marcas proibidas.
Gosto, doentemente, do que me desalinha.
Mas faz tanto tempo, já. A carta começou a ser escrita há séculos, e talvez eu nunca a termine. Não começou com a minha geração, e pode ser que se estenda aos meus descendentes. Como uma maldição grega, vai saber."
A carta não terminaria assim. Ela ainda não terminou, pois o tempo, senhor de tudo, é quem poderá dizer. Quando.
- a que nunca será enviada à (o) possível destinatária (o) -
começaria com:
"Adeus,"
A primeira frase da carta poderia ser:
"Você sabia que escrever cartas é o gesto mais desesperado que existe?"
E por aí, eu iria:
"... e que escrever cartas proibidas é ainda mais desesperador?
Mas ao mesmo tempo, é inspirador e solitário, escrever a carta que nunca será lida por seu (sua) destinatário (a). Uma carta disfarçada de conto, poesia, romance, já que esses sim, são destinados à ninguéns. E à todos, por consequência.
À ninguéns e à todos eu diria fatos não específicos pois senão estaria denunciando o teor altamente proibido da carta. Explosivo. Escreveria coisas gerais. Que poderiam atingir qualquer um.
Seria algo como escrever em um contexto de censura. Repressão, ditadura, impossibilidade de livre expressão. Sim, poderia escrever sobre isso. A censura. Que aqui não se trata da censura do Estado, mas do estado das coisas. Do ponto a que elas chegam, e se tornam impossíveis de ser.
Por outro lado, por quê não dar um chute na moral e nos bons costumes? Uma bica no limite entre a sanidade e a loucura, dar adeus à razão e deixar outras partes do cérebro conduzirem a mão pelo papel?
Sabe, isso tudo é bastante desesperado.
Mas gosto, masoquistamente, das marcas proibidas.
Gosto, doentemente, do que me desalinha.
Mas faz tanto tempo, já. A carta começou a ser escrita há séculos, e talvez eu nunca a termine. Não começou com a minha geração, e pode ser que se estenda aos meus descendentes. Como uma maldição grega, vai saber."
A carta não terminaria assim. Ela ainda não terminou, pois o tempo, senhor de tudo, é quem poderá dizer. Quando.
segunda-feira, janeiro 09, 2012
30. 12. 2011
Ali
onde o mar encontra o rio
Onde o vento faz a curva
Onde vive sobretudo a loucura
outro tempo e outro espaço
a praia longe, longa
infinita, como sempre
como nunca
diferente
todo o mundo outro
Aqui dentro pulso fervilho penso
Vejo e abro os poros
recebo
da terra céu e mar
do papelzinho mágico no meu organismo
teve cajado
teve um bar na ponta de tudo
no ponto alto da doideira
e um brasileiro se fingindo de polonês pra tirar sarro da gente
e eu ri umas cinco horas seguidas
e falei com o Pedrão sobre poderes mágicos
o dele era abrir a Terra
o meu, uma varinha que atraía raios.
depois ele disse que o poder que ele queria era o de se transformar em qualquer ser vivo.
Aí caminhei de olhos fechados (dica do Martim).
E quando abri o olho eu tava no mar.
É onda é espiral.
É ciclo.
É sobe e desce.
O mundo, a vida, o tempo, o espaço, tudo mais do que nunca, cíclico.
onde o mar encontra o rio
Onde o vento faz a curva
Onde vive sobretudo a loucura
outro tempo e outro espaço
a praia longe, longa
infinita, como sempre
como nunca
diferente
todo o mundo outro
Aqui dentro pulso fervilho penso
Vejo e abro os poros
recebo
da terra céu e mar
do papelzinho mágico no meu organismo
teve cajado
teve um bar na ponta de tudo
no ponto alto da doideira
e um brasileiro se fingindo de polonês pra tirar sarro da gente
e eu ri umas cinco horas seguidas
e falei com o Pedrão sobre poderes mágicos
o dele era abrir a Terra
o meu, uma varinha que atraía raios.
depois ele disse que o poder que ele queria era o de se transformar em qualquer ser vivo.
Aí caminhei de olhos fechados (dica do Martim).
E quando abri o olho eu tava no mar.
É onda é espiral.
É ciclo.
É sobe e desce.
O mundo, a vida, o tempo, o espaço, tudo mais do que nunca, cíclico.
Sobre ele
Só te encontro
durante o sono.
Só meu corpo toca o teu
Minha alma dorme no travesseiro ao lado.
No outro dia trocamos palavras
Eu, desperta.
Tu, sonâmbulo.
Desço, faço o café e volto pra te falar tchau e te comparar com o filhote de algum bicho.
Cada manhã você acorda um filhote indefeso diferente, na ingenuidade que habita os que dormem profundamente.
E daí, você é meu.
durante o sono.
Só meu corpo toca o teu
Minha alma dorme no travesseiro ao lado.
No outro dia trocamos palavras
Eu, desperta.
Tu, sonâmbulo.
Desço, faço o café e volto pra te falar tchau e te comparar com o filhote de algum bicho.
Cada manhã você acorda um filhote indefeso diferente, na ingenuidade que habita os que dormem profundamente.
E daí, você é meu.
sobre nós
Quando o silêncio chega assim - avassalador - eu só espero ele partir.
Compactuo com ele. Deixo se instaurar.
(Me traz certo alívio até) o não falar.
Tem coisas que o verbo não resolve.
O silêncio, ele dá conta.
Compactuo com ele. Deixo se instaurar.
(Me traz certo alívio até) o não falar.
Tem coisas que o verbo não resolve.
O silêncio, ele dá conta.
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