domingo, julho 30, 2006

Sangue-suga

Tranço pernas e meios-fios na madrugada eterna de não clarear dia e nuvem.

Meia fina, seios firmes, boca rasgada. A fumaça lhe escorrendo pelos dedos; sangra. Lisos pêlos de tigresa e língua áspera, madura.

Traço linhas tênues joelhos afora e risos de boca entreaberta (entre a dor e a delícia) me censuram, sem mais.

Nunca quis tanto as suas mãos tateando o intangível, o incansável.
Queria aprender a amar apenas com os olhos.

Passa um homem alto alto (desses que não choram) pedalando as solas no asfalto duro de roer; cumprimenta o gari entretido, que sem notá-lo avança no seu serviço enroscado.

Olha a voz que me resta.

Desfecho-me.

Um comentário:

Cristiano Gouveia disse...

Ah, deixa em paz meu coração...

O copo se enche...

as veias pulsam suas cavalgadas...

Teus textos de se consumir. de corroer aos pouquinhos. Até a gota d'água.

Saudade...