quarta-feira, outubro 21, 2009

Araçá

Queria escrever algo tão maravilhoso e sublime como a música Araçá Azul do Caetano.
Se o que escrevo pudesse gerar nos outros uma pitada do que essa música provoca em mim eu quem sabe seria um ser humano feliz. É tão curta e tão intensa. Me lembra de vida, de infância, de amor de tristeza de morte, de alegria de momentos de futuro de amor de amor de amor. É algo muito mais forte que eu e minha arte incipiente. É muito mais forte que é impossível não me emocionar. Mesmo se eu fizesse um esforço de frieza e indiferença, ainda assim, ela me acertaria em cheio, bem no meio de mim ela chega e atravessa e eu. Simplesmente deixo atravessar. E coloco-a para repetir e repetir e repetir. E não me canso nunca.
Não é segredo
Com Fé em Deus
Eu não vou morrer tão cedo

Viu?
Ela me atravessa e quando percebo meus dedos digitam suas palavras no teclado. Obedeço. Como não, Caetano?
Como pode você, Caetano? Há tantos anos fazer parte assim de mim?
Você e essas palavras desconexas e perfeitas que me atingem de manhã cedo ou à noite quando chego a olhar pro céu e pensar: Com Fé em Deus eu não vou morrer tão cedo. Quando me lembro que não são minhas as palavras e nem o desejo de não morrer tão cedo. São suas, Caetano. Você as transferiu para mim e eu as acolho e escolho a hora certa para cantar suas canções de amor, de infância, de passado de paisagem de passagem. Essa nossa passagem aqui na coisa vida que fica mais completa por sua causa, Caetano.

Um comentário:

eduardozorzal disse...

araçá foi um sonho.
uma goiabinha azul que o caetano desejou. aí ele subiu a árvore lá no alto e pronto! quis pegar!

mas a bethânia apareceu num galho alto e falou: se você péga eu me jogo daqui do alto!

e assim foi, bethânia teve que cair. não é segredo que não foi assim que aconteceu. a bethânia subiu e o caetano desceu.