sexta-feira, julho 29, 2011

doce tarde

flagrei um homem me espionando da janela do outro lado da rua. credo.

sono da tarde, sem sonhos. janela aberta, luz da tarde entrando, barulho de carro da oficina do outro lado da rua. homens falando, outros me espionando.

sono infantil da tarde, durmo, chafurdo. me entrego pra esse sono gostoso e descompromissado das crianças. acordo com o celular tocando e uns pensamentos esquisitos: "quando eu era um bebê, referia-me a mim mesma como bebê teodoro."

Oi, muito prazer, eu sou o Bebê Teodoro.

Pode um pensamento desses?

A porta range no seu abre-fecha. Estou sozinha em casa. Acordo com tesão, tesão da tarde, pensamento vaga por uns e outros.

Amo a janela entreaberta e a luz que vem de fora, junto com a sombra que a árvore faz no teto do quarto. Amo os galhos dessa árvore velha bem na minha janela que se misturam com os fios e o poste, a árvore abraçou o poste, impossível podá-la, eles viraram uma coisa só.

E chega de sono e divagações que já vou me atrasar.
A vida é concreta. A alma não.

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