quinta-feira, julho 08, 2010

estou eu aqui
dia se desfazendo na minha frente
eu envelhecendo
o tempo
e o tempo

os meus avós
ontem

sinto eu secando
atrofiando
preciso atuar agir criar
to parada
to só das noitadas vazias
falta a arte
ela
plena
nos tirando daqui e levando pra passear

(tava ficando cega e acendi a luz
ufa)

preciso ler me alimentar botar pra fora quebrar paredes

to com a força de um leão paralisada aqui dentro

quero sair

quero tirar daqui.

preciso dançar falar gemer

espremer o músculo da imaginação botá-lo pra trabalhar

lidar com o poético sublime. subjetividade para a minha sobrevivência!

chega de profano
chega de nhénhénhé
blábláblá

problemas insignificantes e conversas babacas

queria me propor a ficar três dias sem falar coisas babacas

queria me propor a só reagir quando fosse extremamente verdadeiro

queria me propor a não pensar em que roupa vou vestir e vestir qualquer uma que aparecer

queria me propor a ler um livro por dia

queria me propor a mudar os caminhos, as conversas, as pessoas sempre as mesmas, as músicas sempre as mesmas

sinto que esse mesmo mesmo mesmo vai acabar mesmo atrofiando o meu cérebro

um artista não pode parar nunca jamais never em hipótese alguma endurecer paralisar estagnar engessar endurecer nunca jamais

e estou meio assim acomodada por causa da viagem

mas a viagem

a viagem vai me tirar daqui me botar pra me virar revirar contorcer espremer te vira no alemão conhece gente teatro vê ouve frui tudo pela primeira vez da mesma forma quando cheguei neste mundo cão - virgem.

voltar a ser virgem
voltar a não entender nada
voltar pro estado de aprendizado profundo
viva o novo

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