sábado, junho 28, 2008

cérebrando

agarrar o teclado com a goela toda. engulir computador. letras. parágrafos. explodi-los num espaço mais real, mais concreto, menos ilusório. o que não é ilusório nestes tempos fictícios? minha unha vermelha é uma mentira. meu sangue negro, branco, amarelo e luso-italiano é uma mentira das grandes? eu sou de pele e de osso. dentro é osso fora é fosso. mas me atiro como quem finge saber por onde anda, em que pisa a sola, onde imprime seu rastro. tudo mentira que nada. egocêntrica, inválida: gosta de escrever depressões no relevo. inscrever na terceira pessoa é menos comprometedor. quero e não (quero) comprometer. escrevo sem significado, as palavras vão me guiando e me desviando de mim. fumaça é hoje o tempo duro de roer. duro de passar músculo, veias e ossos pra chegar no c e r n e .

3 comentários:

marcio castro disse...

explosiva. com pontos finais bem demarcados

faça visitas no quinavida.

té.

cra disse...

e quando o cerne é o excedente?

ana disse...

vc fugindo assim da ilusão,
vai construindo uma coisa real que já tá na gente - em vc q escreve, em nóis q lê.
sem significado intencional, talvez, sei lá, mas com significado pra caralho. pô.

e sô, vc pode mudar nas suas configurações, lá em "comentários", pra permitir coment de anonimos. se não só pode escrever quem tem conta no google. bjão.