domingo, março 30, 2008

Bob Dylan

Em noites de dormir cedo a insônia me traz as palavras, elas dançam na minha frente enquanto finjo ser Bob Dylan pra me divertir um pouquinho. Quem me dera escrever as palavras de Bob Dylan, palavras terroristas de se escrever, exatas para se cantar desafinadamente Bobdylianamente, deliciosamente, eternamente. Sinto cheiros no ar frio do centro cidade olímpica. Capto algos no ar. Rapto-me a mim e me desfaço disfarçadamente. Digito letras tortas e cheias de amor. E cartas me chegam aos montes perguntando : "Você tem algo a dizer?". Ainda não respondi nenhuma, estão todas arquivadas no armário, por ordem de chegada. Quem sabe eu partisse se fosse menos mundana. Me partiria ao meio: uma parte ia e a outra ficava pra ver como teria sido se fosse diferente. Aí dava pra pesar o que teria valido mais a pena. Ir ou ficar? Ou se calça a luva e não se põe o anel, ou se põe o anel e não se calça a luva; foi a Cecília Meireles quem me ensinou isso quando eu era bem pequena. Senti que não tinha passado no exame e que deveria aprender novamente o que havia aprendido. Neste momento o que passa pelo meu cérebro: "devo descer e comprar cigarros e me assumo como alguém que voltou a fumar apesar do juramento para a Deusa ou controlo a minha ansiedade e fuma uma maconha orgânica? ". Opção B. Bem mais sábia.
Vou-me.
Liquidar-me em sonhos.

Um comentário:

Maria Fernanda. disse...

quero o meu de morango tá? O pirulito, é claro.